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sábado, 26 de setembro de 2009

Caverna do Homem

Tela de Odd Nerdrum



Oh homem das cavernas,

Desbravador de sonhos

Paleontológicos irracionais, ilógicos.

Coração de pedra, esculpido

Na ponta de sua lança

Que avança, cega,

Tenebrosamente dentro da noite

Entre minhas coxas,

Que tremem em delírios.


Minha carne primitiva se ativa,

Nesta Era sem eira, ressuscitada,

Sagrada e idolatrada.

Entre as profundezas

Do meu elo perdido.


Homem primitivo,

Afoito na moita dos pêlos pubianos.

Enrolado em sua vara escaldante, pulsante.

Gritos corridos dos meus ossos sagrados,

Espasmos da garganta seca.


Rugi um mamífero

Ao sinal visceral

Do esperma jorrando

Na caverna abissal

Do homem neandertal.


Cromossomos como somos

Carregados de fúria

E desejos inumanos

Arrastados do começo de tudo,

Até o fim do que somos,

Eterno homem das cavernas,

Senhor arquétipo dos meus sonhos.

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