Sozinho
O princípio da incerteza aflora
Quando acordo
Na superfície do mundo e
Olho a obscuridade dos seres
Em sua solidão.
Avalio o que não se quer mostrar.
Escondido dentro de si
O homem está só.
Segue na densidade das coisas
E não consegue atuar
Na generosidade.
Estou aqui pairando sobre tudo,
A refletir nessa angustia de ser.
O homem nasceu para ser sozinho.
A condição humana
Atravessa sua alma
Fazendo um ser triste e só
A medir caminhos e fugir de si.
3 Comentários:
Olá Rachel, é de beleza e profundidade o que escreves.
Sòzinhos sim.
Mas há um encanto no sòzinho.
Através de uma palavrinha que não nos exime da solidão, mas faz um carinho nas idas e vindas entre mundos e pessoas.
Palavra que vc escreveu - generosidade.
Com a gente mesmo e com o outro.
Tem uma mágica nesse negócio.
Dois aspectos opostos mas igualmente reais:
"Eu sou eu e você é você e isto é a solidão" - Clarice Lispector
"A solução para a crise humana é sair de si mesmo" - S.Francisco de Assis.
Pois é.
Parabéns pelo blog.
Pela mágica.
Pelo açúcar.
Por já tenho lesadosemgeral, às 31 de janeiro de 2009 às 06:22
Tenho este poema de Setembro de 2008 que pode ser uma espécie de resposta ao teu poema, brilhante como sempre!
Solidão
1.
As lágrimas e os lagos secos
de dor e ardor nem monstros
pesadelos ou novelos para desfiar
apenas dor e sombras negras do vazio
2.
A aridez predomina
o coração seco de prazer
selvagens tentações de pudor
e o primeiro dia foi de amor
3.
O céu azul escondia
as nuvens negras de ciúme
ausente do início do precipício
na encosta escarpada de impossível acesso
Beijinhos
MM
Por manuel marques, às 3 de fevereiro de 2009 às 13:45
Lindo mesmo, Manuel.
Estas fazendo muita falta!
Por docerachel, às 6 de fevereiro de 2009 às 18:30
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