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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Oriente

Tela de Majid Arvari



Fiz do Oriente um álibi.

Ignorei a realidade do avesso

Fincando meu sonho na adversidade,

Mudei costumes antigos,

Para ficar com você.


Tatuei ideogramas enigmáticos

Da dinastia de Han em pele tremula.

Fui gueixa em ritual sagrado

Vibrando no tempo das cerejeiras.


O quimono azul de seda

Estampava suas flores,

Enquanto meus cabelos

Estavam com os seus

Em nosso tatame.


Escrevi versos de prata

Na espada de meu samurai.

Na janela dos sonhos,

O sino tocava ao vento

Anunciando impaciente

Que éramos esperados

Pelo fogo celestial.

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