O Revelado
Despertei com o frio,
O frio precursor do medo.
Dentes rangiam
Na agitação acelerada da febre.
A revelação se tornou latente,
Forças poderosas traziam imagens
Do profundo do meu ser.
Tomei no ar cada palavra
Sem me importar de onde vinham.
Era um encantamento vindo à luz
Por necessidade, não por escolha livre.
Um turbilhão de palavras
Ia sendo impresso em minha mente,
Num transbordamento de cores.
Revelações intimas
Caiam no papel mostrando um desejo,
Uma espécie de inspiração tensa.
As palavras se ofereciam em formas de imagens
Aguçando minha visão de poeta.
Elas tinham vontade própria
E escolheram a mim,
Para sua manifestação mediúnica.
E foi nessa espécie de transe
Que escrevi o poema revelado.
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